Apesar de subir duas posições, Brasil tem cenário de estagnação e mantém a mesma pontuação baixa no Índice de Percepção da Corrupção (IPC) de 2022
Em resumo
No dia 31 de janeiro, a Transparência Internacional divulgou o Índice de Percepção da Corrupção de 2022, indicador publicado anualmente e que avalia a percepção de integridade de 180 países ao redor do mundo, atribuindo notas de 0 a 100. A publicação mostra o Brasil, que na edição de 2021 ocupou a 96ª posição, ocupando a 94ª posição. Apesar de subir duas posições, a pontuação do país de 38 pontos foi a mesma dos dois últimos anos – pontuação igual a da Argentina, Etiópia, do Marrocos e da Tanzânia nessa edição.
Principais conclusões
- A pontuação do IPC é sempre estabelecida dentro de uma escala que vai de 0 (muito corrupto) a 100 (muito íntegro). Na publicação de 2022, a pontuação mais baixa é a da Somália (12 pontos) e a pontuação mais alta é a Dinamarca (90 pontos);
- A pontuação do Brasil (38 pontos) não superou nenhuma das médias globais e de segmentos em que este está inserido, sendo abaixo:
o da média Global (43 pontos)
o da média da América Latina (43 pontos)
o da média do BRICS (39 pontos)
o da média dos países do G20 (53 pontos)
o da média da OCDE (66 pontos);
- Vale notar que, nos últimos 10 anos (entre 2012 e 2022), o Brasil perdeu 5 pontos e caiu 25 posições, descendo de 69º para 94º colocado, indicando uma percepção negativa acerca da integridade no país;
- Pelo quarto ano seguido, a região das Américas alcançou uma média de 43 pontos, de um total de 100;
- Segundo a Transparência Internacional, a ausência de medidas arrojadas e decisivas para combater a corrupção e fortalecer as instituições públicas tem fomentado atividades do crime organizado e outras formas de violência, além de estar fragilizando a democracia, os direitos humanos e o desenvolvimento social.
Mais detalhes
- Esse ano, o índice destacou como os conflitos armados alimentam a corrupção e ameaçam a estabilidade;
- O Relatório emitido junto ao índice aponta uma relação direta entre a corrupção e as ameaças à segurança do cidadão – bem como uma relação direta com a falta de resiliência contra o crime organizado;
- Segundo a análise da Transparência Internacional, a pandemia de COVID-19, a crise climática e as crescentes ameaças à segurança global reforçam o cenário de incerteza. Esses efeitos são agravados em países em que o enfrentamento da corrupção é tímido por parte do Governo.