Updates NY Climate Week
Trench Rossi Watanabe, mais uma vez, participa das grandes discussões globais relacionadas ao clima. Agora, estamos participando da Climate Week e dos eventos paralelos à 77ª sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova Iorque.
Após a participação no Brazil Climate Summit New York (highlights disponíveis aqui), no início dessa semana acompanhamos o The Hub Live, o principal evento organizado pelo Climate Group.
A cerimônia de abertura e as discussões que se seguiram foram de alto nível, contando com as contribuições e posicionamentos de stakeholders relevantes, tais como: Petteri Taalas (Organização Meteorológica Mundial – OMM), Laura Corb ( McKinsey & Company), Ngozi Okonjo-Iweala (Organização Mundial do Comércio – OMC), Francesco La Camera (Agência Internacional para as Energias Renováveis – IRENA), David Miliband (International Rescue Committee), Catherine McKenna (Organização das Nações Unidas – ONU), Andrew Steer (Bezos Earth Fund), Werner Hoyer (Banco Europeu de Investimento), Kate Brandt (Google), Alok Sharma (Presidente da COP 26), Andre Fourie (Anheuser-Busch InBev), Franco Piza Rondon (Bancolombia), Edward Palmeiri (Meta), Emma Stewart (Netflix), dentre outros.
O evento partiu da premissa de que a atual liderança global em matéria climática não está atuando de forma satisfatória, e que as emissões de gases de efeito estufa ainda não atingiram o seu pico, o que afeta diretamente no alcance da redução de 50% das emisões que o mundo precisa até o fim dessa década. A grande questão, portanto, é como endereçar essas questões e solucionar o problema.
Ainda que não haja resposta simples, o sentimento geral é de que precisamos de mudanças reais, tangíveis e significativas, em rirmo acelerado, para a solução do problema. Quando se trata do enfrentamento das mudanças cimáticas, precisamos de líderes audaciosos, sistemas transparentes e mecanismos de reporte. Promessas de neutralidade de carbono por parte das empresas, apesar de importantes, não são suficientes.
É preciso implementar rapidamente projetos de descarbonização, de captura e remoção do carbono da atmosfera, de transição para uma energia mais limpa, além de combater o desmatamento. Também é preciso, em conjunto, definir standards mais rigorosos, que garantam transparência e possibilidade de monitoramento dos projetos.
Dada a escalada dos riscos climáticos atuais, empresas e governos precisam liderar por meio de exemplos positivos, planejando e investindo em ações que permitam a melhoria na adaptação e resiliência.
O setor privado precisará implementar mudanças sistêmicas em sua cadeia de produção, e se tornar mentor, orientado seus respectivos fornecedores sobre as melhores práticas. Além disso, o olhar sustentável deverá permear toda a operação das empresas: desde a concepção de seus produtos, passando pela estratégia de marketing, desenvolvimento das operações, inteligência de riscos, alocação de capital, compra de materiais etc.
Já o setor público precisará reconhecer e endereçar o fato de que, a despeito de a política ser local, a economia e os riscos são globais, razão pela qual colaborações e parcerias serão essenciais. É preciso trabalhar em conjunto para enfrentar as mudanças climáticas.
A transição, contudo, somente será considerada uma transformação bem sucedida se realizada de forma igualitária, justa e inclusiva, com aumento dos benefícios sociais e diminuição dos custos sociais. As comunidades afetadas pelas mudanças do clima e por sua possível solução precisam ser consultadas e ouvidas previamente, sem que haja a imposição de medidas e ações que as afetem diretamente. O consentimento prévio e informado é peça fundamental para um diálogo construtivo.
Nesse contexto, os principais desafios apontados pelos palestrantes durante o evento para o enfrentamento das mudaças climáticas são: (i) escalonar os projetos e as metas; (ii) construir a infraestrutura necessária; (iii) diminuir os atritos nos sistemas; (iv) acelerar mecanismos que garantam ao mercado o licenciamento ambiental e o financiamento dos projetos; (v) garantir que todos os players possuem obrigações similares; e (vi) manter a população local adequadamente informada sobre a sensibilidade do tema.
No que diz respeito ao Brasil, o Subsecretário de Meio Ambiente do Estado de São Paulo, Eduardo Trani, ressaltou que o país precisa de investimentos não só na região da Amazônia, mas também para projetos que possam endereçar soluções nos biomas Pampa, Cerrado, Pantanal e Mata Atlântica.